Dois seguranças foram baleados e levados para hospitais de Campinas. Durante a ação, a quadrilha ateou fogo em dois caminhões na Rodovia Santos Dumont (SP-79), principal acesso ao aeroporto, e fugiu. As duas pistas foram bloqueadas. O tráfego era intenso e houve pânico entre os usuários da rodovia.
De acordo com a administração do aeroporto, os bandidos usaram um veículo com as cores e características da Aeronáutica. Mesmo assim, a caminhonete foi parada, mas acelerou e rompeu o portão de acesso. Mesmo com os pneus estourados pela grade de segurança, os criminosos seguiram para o terminal e atiraram contra os seguranças
aeroporto.
Uma mulher e um bebê de 10 meses também foram mantidos reféns pelo bandido. A menina foi liberada no início da tarde sem ferimentos. Em seguida, um dos assaltantes foi morto por um sniper da polícia paulista. A mãe foi atingida por disparo na região lombar. Ela tem 37 anos e está internada em estado estável no hospital da PUC-Campinas. Seu nome não foi informado. Ambas ficaram mantidas reféns por cerca de duas horas.
Ação policial
Segundo o coronel Luiz Augusto Pacheco Ambar, do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da Polícia Militar, o assaltante baleado pelo sniper negociava a rendição quando aumentou a agressividade, com a arma voltada para a cabeça da mãe da criança. O atirador da polícia, postado do outro lado da rua, teria então atirado para preservar as vítimas, ainda conforme o coronel. "Ele aumentou a agressividade de forma descontrolada", disse.
Equipes da PM entraram em seguida do disparo e efetuaram mais tiros. Não foi informado com quantos tiros o criminoso foi atingido, apenas que o do sniper foi direcionado ao seu rosto.
O criminoso, identificado por sua advogada como Luciano Santiago, seria empresário e vivia na capital paulista. Ele negociou a rendição e a PM chamou seus advogados, antes da situação que terminou com a ação do sniper.
A advogada dele, Alessandra Girardi, disse estar revoltada com o desfecho, pois seu cliente disse ao telefone que estava disposto a se entregar. "Eu estava em Guarulhos e o major ao telefone, a todo momento, entrava em contato. Ele ia se entregar, cheguei escoltada aqui. Estava tudo certo. E, quando cheguei, já estava morto. Não negamos o crime, ele roubou, sequestrou, mas seria preso. Agora, tirar a vida?", questionou.
De acordo com o major André Luiz Pacheco Pereira, do Batalhão de Ações Especiais da PM (Baep), de Campinas, que iniciou as negociações até a chegada do Gate, os outros dois assaltantes morreram em troca de tiros ao invadir uma casa e tentar fazer um serralheiro refém. A vítima não se feriu.
O dono de uma das casas invadidas, o metalúrgico Cleberson Constantino Gomes, foi surpreendido com uma ligação informando que seu irmão chegou a ser feito refém e que dois criminosos foram mortos no local. A casa está interditada para perícia e remoção dos assaltantes por tempo indeterminado. Um deles foi morto na sala e, outro, em um quarto. "Meu irmão, que é pedreiro, e quatro serralheiros estavam trabalhando lá. Falaram que viram um carro da GM batendo na caçamba, mas eram ladrões e entraram seguidos da polícia", disse.
Segundo ele, um serralheiro foi levado por ladrões em um caminhão e os outros não se feriram, após intervenção policial. O serralheiro foi abandonado depois em uma via, foi resgatado e está bem. "Agora não sei quando volto para casa. É levar esposa e filho para a casa da mãe e esperar", lamentou.
Buscas
A PM estima que 20 criminosos participaram da ação em Viracopos. Buscas são feitas em diversos pontos da cidade e, em alguns deles, armas e malotes foram recuperados. Ainda não há um balanço oficial. O major Pereira pediu que a população colabore se tiver informações, via 190.
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