Categoria decidiu cumprir decisão do TRT e metrô voltou a funcionar nesta sexta-feira (18), no intervalo entre 5h e 8h30 e de 17h a 20h.
O metrô volta a circular integralmente das 5h às 8h30 e das 17h às 20h. A retomada atende a uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que condenou o Sindmetro a pagar multa de R$ 60 mil por dia de descumprimento.
Fora do horário de pico, as estações seguem fechadas. Linhas especiais de ônibus foram criadas pelo Grande Recife Consórcio de Transporte para amenizar os efeitos da greve (confira mais abaixo).
Na quinta-feira (17), dia em que os metroviários decidiram acatar a decisão do TRT, a categoria se reuniu com representantes do governo federal em Brasília.
O presidente do sindicato, Luiz Soares, disse que o governo prometeu discutir o acordo coletivo de trabalho com os trabalhadores, que reivindicam reajuste no piso salarial.
Além disso, foi assegurado que o governo federal vai fazer estudos sobre uma possível exclusão da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) na lista de estatais que podem ser privatizadas. Esses estudos seriam apresentados ao presidente Lula (PT) até 25 de agosto.
No Terminal de Camaragibe, no Grande Recife, passageiros comemoraram a volta do metrô e falaram sobre a diminuição no tempo do trajeto, que é maior de ônibus.
"Com certeza vai ser melhor depois desses dias que estava parado. Daqui para o Barro dá 15 minutos, e eu estava gastando uma uma hora e meia indo pelo Terminal da Macaxeira", disse um passageiro que não se identificou.
Outra passageira, identificada apenas como Marlene, mora no bairro da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, e trabalha em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Para ela, a volta do transporte também significa um alívio nos gastos com a passagem. "Pago R$ 8,20 com o metrô, mas, nesses dias, estava gastando R$ 16,40 indo de ônibus", disse ela.
Entenda o impasse
- 2 de agosto: a greve foi iniciada pela categoria dos metroviários, às 22h;
- 4 de agosto: a primeira audiência de conciliação foi realizada e terminou sem acordo entre a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e o Sindmetro;
- 7 de agosto: após uma segunda audiência de conciliação, ficou decidido que a greve dos trabalhadores do metrô seria suspensa por 48 horas.
- 10 de agosto: sem acordo entre o sindicato e a CBTU, a greve dos metroviários foi retomada por tempo indeterminado;
- 14 de agosto: TRT-6 determinou volta de 100% da frota nos horários de pico.
- 15 de agosto: mesmo com determinação, as estações ficaram fechadas
- 16 de agosto: metroviários recorreram da decisão do TRT-6.
- 16 de agosto: TRT-6 condena sindicato a pagar multa diária de R$ 60 mil por descumprimento da decisão judicial.
- 17 de agosto: metroviários decidem cumprir decisão de retomar frota em horários de pico.
Entre as reivindicações da categoria, estão:
- Reajuste do piso salarial, de R$ 1.954,04 para R$ 2.725;
- Retirada da CBTU do Programa Nacional de Desestatização (PND), do governo federal;
- Garantia de estabilidade e realocação dos funcionários, em caso de privatização;
- Reestruturação do metrô.
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