Senadora Selma Arruda (PSL)
tem o mandato cassado pelo
TRE
Publicado em: 11/04/2019 08:15 Atualizado em:
Por unanimidade, os sete juízes do Tribunal Regional Eleitoral de Mato
Grosso cassaram o mandato da senadora Selma Arruda (PSL) por abuso de poder
econômico e uso de caixa 2 nas eleições de 2018.
A decisão foi tomada em uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral. O
desembargador Pedro Sakamoto impôs inelegibilidade de 8 anos. Como ainda cabe
recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a senadora permanece no cargo até
uma decisão definitiva.
Em Mato Grosso, Selma ganhou o apelido de "Sérgio Moro de
saias" por sua atuação em ações criminais contra políticos e servidores
públicos. Ela mandou prender o ex-governador Silval Barbosa e empresários
influentes no Estado, em 2017. Também condenou a 26 anos de prisão o
ex-deputado José Riva pela participação em esquema de corrupção quando ele foi
presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
A ex-juíza foi eleita com 678 mil votos, e declarou bens no valor de R$
1,4 milhão. As investigações começaram quando a senadora fez gastos de campanha
considerados incompatíveis com seu patrimônio declarado ao TSE. Após a quebra
de seu sigilo, foram identificadas transações do seu primeiro-suplente,
Gilberto Possamai, e sua mulher, Adriana, para a conta da então candidata.
'Boa-fé'
A senadora disse estar "tranquila" com a decisão do TRE.
"A tranquilidade que tenho é com a consciência dos meus atos, a retidão
que tive em toda a minha vida e que não seria diferente na minha campanha e
trajetória política", afirmou a parlamentar, em nota. "Respeito a
Justiça e, exatamente por esse motivo, vou recorrer às instâncias superiores,
para provar a minha boa-fé", declarou.
BRASÍLIA - O Tribunal Regional
Eleitoral de Mato Grosso decidiu, nesta quarta-feira, cassar o mandato da
senadora Selma Arruda (PSL-MT) -
apelidada de “Moro de saias” de Mato Grosso - por abuso de poder econômico e
caixa dois, nas eleições de 2018. A decisão foi unânime (7 a 0). A parlamentar
já anunciou que recorrerá da decisão
Os dois suplentes de Selma também foram cassados. Ela
e um deles, Gilberto Possamai, foram declarados ainda inelegíveis por oito
anos. A acusação é que a senadora recebeu R$ 1,2 milhão em transferências
bancárias de Possamai, em abril e julho de 2018.
O dinheiro, segundo o relator do processo,
desembargador Pedro Sakamoto, não foi declarado pela candidata à Justiça
Eleitoral. Para ele, essa verba permitiu que a senadora "fizesse gastos
sem observar a norma prevista na legislação eleitoral vigente".
O relator destacou que, com esses recursos, Selma
feriu o princípio da isonomia e largou em vantagem em relação a outros
candidatos. Segundo ele, houve pagamentos a agência de produções
cinematográficas antes do período eleitoral.
A senadora fez campanha na esteira da popularidade
do então juiz Sérgio Moro e hoje ministro da Justiça, sendo chamada por seus
apoiadores de "Moro de saia". Ela poderá recorrer no
cargo. O autor da ação é Carlos Fávaro (PSD), que ficou em terceiro lugar
na disputa por uma cadeira no Senado.
"Estou tranquila com a decisão proferida pelo
Tribunal Regional Eleitoral. A tranquilidade que tenho é com a consciência dos
meus atos, a retidão que tive em toda a minha vida e que não seria diferente na
minha campanha e trajetória política. Respeito a Justiça e, exatamente por esse
motivo, vou recorrer às instâncias superiores, para provar a minha boa fé e
garantir que os 678.542 votos que recebi da população mato-grossense sejam
respeitados", registrou a senadora, em nota.
Ex-ministro da Justiça no governo da ex-presidente Dilma
Rousseff, José Eduardo Cardozo é o advogado de Fávaro na ação e fez a defesa da
cassação da senadora na sessão do TRE desta quarta-feira. Para ele, as
provas são "contundentes". Cardozo destaca que, a pedido deles, as
informações serão remetidas ao Ministério Público para que seja avaliada uma
acusação criminal contra a senadora.
0 comentários:
Postar um comentário