07/02/2019 21h52 Atualizado
A Polícia
Civil investiga um golpe aplicado por meio do WhatsApp e que foi denunciado
por, pelo menos, sete pessoas que tiveram a conta no aplicativo de mensagens
invadida por bandidos. Eles fingem ser as vítimas para pedir dinheiro
emprestado a conhecidos delas, convencendo-os a fazer depósitos bancários. (Veja vídeo abaixo)
Os casos foram registrados na Delegacia
de Crimes Cibernéticos, na Rua da Aurora, no Centro do Recife.
Uma das vítimas é enfermeira e não quis se identificar. Ela fez um boletim de
ocorrência, mas afirma que está com medo de enfrentar ainda mais problemas.
Após receber uma mensagem supostamente
de uma colega de trabalho, perguntando se queria entrar em um grupo sobre
roupas de grife. A enfermeira aceitou e recebeu, por SMS, um código que
supostamente daria acesso ao grupo.
O alerta, em inglês, diz que o código
não deveria ser compartilhado com ninguém. Ela tirou um print da tela e enviou
para a pessoa que pensava ser a colega de trabalho. Dez minutos depois, veio o
pedido de um empréstimo.
"Eu recebi o código do SMS, não
prestei atenção ao que estava escrito, fiz o print da tela e encaminhei. Em
seguida, ele [o golpista] começou uma conversa me pedindo para transferir uma
quantia em dinheiro. Foi nesse momento que eu desconfiei e achei que não era
aquela pessoa, porque ela não teria essa intimidade de me fazer esse
pedido", afirma a vítima.
Pouco
tempo depois, ela já tinha perdido o controle sobre a própria conta do
WhatsApp. O ladrão já tinha acessado os contatos dela, inclusive a cunhada, que
também acabou compartilhando com ele o código que chegou pelo SMS.
"Fiquei
sem o WhatsApp durante algumas horas, porque, quando tentei reinstalar, o
aplicativo informava que eu já tinha ido lá recentemente e um novo código de
verificação só podia ser fornecido depois de algumas horas. Eu só consegui
recuperar minha conta no fim do dia", declara.
Usando o
nome da enfermeira e com a foto dela no perfil do WhatsApp, o ladrão pediu
empréstimos a vários contatos dela. Todos, distraídamente, informaram a ele o
código que chegou por SMS e também tiveram suas contas invadidas.
"Conheço,
ao menos, dez pessoas. Não houve depósito em dinheiro, mas tiveram suas contas
levadas e passaram a receber mensagens da mesma forma que eu", diz a
enfermeira.
Cuidado
De
acordo com o delegado Eronides Meneses, da Delegacia de Crimes Cibernéticos, em
caso de pedidos de empréstimo, as vítimas precisam ficar atentas antes de
transferir dinheiro para contas de terceiros.
"A
mensagem que o WhatsApp manda com o código já informa 'não compartilhe esse
código'. Então, códigos de SMS nunca devem ser compartilhados com ninguém. Seja
de e-mail, redes sociais ou bancos. Chegou um código para você, ele é privativo
seu. Não deve ser falado, copiado ou colado para ninguém, jamais",
explica.
Na
delegacia, além do aplicativo de mensagens, também há casos de linhas
telefônicas roubadas. A polícia investiga mais de 20 casos de pessoas que,
repentinamente, viram suas linhas desabilitadas. Alguém usou documentos falsos
para fazer isso, provavelmente em lojas de operadoras de celular, e habilitou
as linhas em outros chips.
Com
isso, o ladrão toma posse não somente da linha telefônica, mas das redes
sociais e dos aplicativos de mensagens dela. Os golpistas, segundo o delegado,
estariam usando essas informações para roubar dinheiro dos contatos das
vítimas.
Percebemos que a linha das pessoas parava de funcionar. As pessoas iam na
operadora horas depois e conseguiam resgatar, mas seus contatos começavam a
ligar dizendo 'já fiz a transferência'. Aí a pessoa percebia que seu WhatsApp
ou redes sociais haviam sido furtadas também. O criminoso entrava em contato
com as pessoas pedindo pagamento de boletos, transferência para conta de
terceiros e os contatos de pessoas acabavam caindo nesse golpe", afirma.
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