Mãe viu filho ser agredido por segurança; padrasto diz que enteado morto
tinha problemas mentais
Publicado em: 16/02/2019
14:24 Atualizado em:
O corpo de Pedro Gonzaga, de 19 anos, foi enterrado neste sábado (16),
no Rio de Janeiro. Ele morreu depois de ter sido sufocado por vigilante de uma
unidade do supermercado Extra, na Barra da Tijuca. Pedro foi velado e enterrado
no Cemitério Jardim da Saudade, em Paciência.
O caso ocorreu na tarde de quinta-feira (14) e está sendo investigado
pela Delegacia de Homicídios. Segundo a corporação, o segurança Davi Ricardo
Moreira Amâncio, de 32 anos, foi preso em flagrante por homicídio culposo,
quando não há intenção de matar. Entretanto, o suspeito foi solto após pagar
fiança.
Um vídeo gravado por testemunhas mostra Davi Moreira sobre o corpo de
Pedro, mesmo depois que pessoas em volta alertaram que ele tinha parado de se
mexer e estava sufocado. Familiares do jovem estavam no mercado e testemunharam
a cena.
O Corpo de Bombeiros foi acionado para socorrer o rapaz e informou que
ele foi reanimado e encaminhado ainda com vida para o Centro de Emergência
Regional da Barra da Tijuca.
A Secretaria Municipal de Saúde esclareceu que a vítima deu entrada na
unidade já com quadro de parada cardiorrespiratória. Ele ainda foi reanimado,
mas sofreu outras duas paradas cardiorrespiratórias e não resistiu.
O caso causou indignação nas redes sociais, e internautas apontam que
Pedro, que era negro, também foi vítima de racismo.
Em nota, a rede de supermercados Extra informou que repudia
veementemente qualquer ato de violência em suas lojas. O texto diz ainda que a
empresa abriu investigação interna para apurar o caso e que os seguranças
envolvidos foram imediatamente afastados.
Movimentos
articulam protesto em frente a Supermercado no RecifeA manifestação é
devido a morte de um rapaz, na última quinta (14), causada por um
"mata-leão" desferido pelo segurança do estabelecimento
Na última quinta-feira (14), Pedro
Henrique Gonzaga, de apenas 19 anos, foi assassinado por Davi Ricardo Moreira,
segurança do supermercado Extra, localizado na Barra da Tijuca, zona Oeste do
Rio de Janeiro. No Recife, coletivos e movimentos sociais realizam neste sábado
(16) um protesto no Extra, localizado no Benfica, às 12h, para reafirmar a
resistência e luta por igualdade racial e pelo fim do genocídio da população
negra.
A cena do rapaz recebendo um
%u201Cmata-leão%u201D do segurança viralizou na internet, levantando debates e
revolta entre os internautas, uma delas a Paola Carossella, chef e jurada do
Masterchef Brasil, realizou uma postagem no Twitter destacando que a morte do
jovem negro causou menos indignação entre a população que a morte do cachorro
no Carrefour, enfatizando um caso de racismo estrutural.
Em nota, o Extra afirmou que a ação do
segurança foi em detrimento de uma tentativa de furto da arma do agente, mas
que o profissional já está afastado das atividades e reafirmou que o
hipermercado repudia qualquer tipo de violência em suas lojas.
De acordo com delegado responsável pelo
caso, Cassiano Conte, o segurança, "se excedeu na legítima defesa".
Contudo, Davi Ricardo prestou depoimento, pagou R mil de fiança e foi liberado.
Pedro Henrique deixou um filho e será enterrado neste sábado (16).
Em depoimento à polícia, a mãe da
vítima afirmou que o filho era viciado em drogas e que iria para uma
clínica de reabilitação após a saída do supermercado. Ela disse ainda que
estava com uma amiga e o filho no caixa quando o rapaz saiu e ela viu que ele caiu
na porta do estabelecimento. Ela disse que foi até o local para tentar
levantá-lo e avisou que o filho estava sob efeito de drogas porque era usuário.
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