Paulo Guedes comandará o novo
Ministério da Economia; o gaúcho Onyx Lorenzoni, a Casa Civil da Presidência; e
o general Augusto Heleno, a Defesa. O astronauta Marcos Pontes foi anunciado
para a Ciência e Tecnologia
Publicado em: 29/10/2018
08:11 Atualizado em: 29/10/2018 08:14
O presidente eleito Jair Bolsonaro já tem três nomes de ministros do
novo governo: Paulo Guedes para o Ministério da Economia; o general da reserva
Augusto Heleno para a Defesa; e o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) para
a Casa Civil. Está certa também para a pasta da Ciência e Tecnologia a escolha
do tenente coronel da reserva da Aeronáutica Marcos Pontes, o primeiro
astronauta brasileiro. O Ministério da Economia virá da junção das pastas da
Fazenda e do Planejamento, uma ideia controversa.
Nos próximos dias, devem ser anunciados novos nomes. No Ministério das
Relações Exteriores, uma possibilidade é que seja escolhido o deputado federal
eleito Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PSL-SP), integrante da família
real. Mais provável, porém, é que a escolha recaia sobre um diplomata de
carreira. Nesse caso, tem grandes chances o embaixador do Brasil na Coreia do
Sul, Luís Henrique Sobreira Lopes.
Para a Justiça, foi cogitado o advogado Gustavo Bebiano, presidente
interino do PSL e uma das pessoas mais próximas a Bolsonaro. Mas vêm crescendo
as chances da escolha da ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
Eliana Calmon, que gravou um vídeo de apoio ao candidato divulgado na tevê na
semana passada.
Para a Educação, um nome forte é Stavros Xanthopoylos, ex-diretor da
área de cursos on-line da Fundação Getulio Vargas (FGV). Para a Agricultura,
tem grandes chances Nabhan Garcia, presidente da União Democrática Ruralista
(UDR). A ideia de unir o Ministério do Meio Ambiente a essa pasta, anunciada
anteriormente, pode ser revista, disse na semana passada, ainda durante a
campanha, o próprio Bolsonaro.
A bancada da bala quer que o deputado Alberto Fraga (DEM-DF), que perdeu
a eleição para governador do Distrito Federal, tenha um cargo com status de
ministro no Palácio do Planalto. Mas o martelo ainda não foi batido. Como ele
foi condenado à prisão em regime semi-aberto por corrupção em primeira
instância, a tendência é de que ele seja apenas um assessor. Bolsonaro é fiel
aos amigos e gosta que eles estejam por perto. Ele e Fraga são companheiros de
longa data na Câmara.
A ideia, no novo governo, é não usar os cargos como barganha para obter
apoio político, ou para acomodar aliados de longa data. Como se vê na situação
de Fraga, porém, há exceções. Se forem muitas, passa-se a ter a manutenção da
velha regra.
Estatais
O novo governo também precisará decidir quem colocar nos assentos em
conselhos de empresas estatais. Exitem 1.190 dessas posições, com remuneração
de até R$ 20 mil por sessão na forma de jeton. Há, porém, uma questão a ser
resolvida antes: quantas das 138 estatais existentes serão mantidas.
A estratégia de substituições não se limita ao Executivo. Estão no radar
indicações que o Planalto poderá fazer para os tribunais superiores. Ao menos
10 estarão disponíveis nos próximos quatro anos, de acordo com o limite de
idade dos ministros para aposentadoria compulsória.
Essas nomeações não são para já, mas convém ter nomes decididos. O juiz
Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, é tendência forte para ocupar uma
vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Haverá uma aposentadoria na corte já no
próximo ano: do decano Celso de Mello, que está lá desde o governo de José
Sarney. Em 2020, quem chegará aos 75 anos, idade limite para integrar o
colegiado, é Marco Aurélio de Mello.
138 - Número de estatais no Brasil atualmente
Nomes conhecidos
A junção das pastas da Fazenda e do Planejamento no Ministério da
Economia, algo já tentado no governo de Fernando Collor, é controversa. Para
muitos, a Fazenda já é grande demais e a nova estrutura a ser criada ficará
excessivamente pesada. Para outros, a vantagem estará na harmonia de decisões,
evitando ruídos. Em um país que precisa fazer um rigoroso ajuste fiscal, a
elaboração do Orçamento, principal atribuição do Planejamento, deve ser feita
com participação detalhada do comandante da equipe econômica.
Entre as secretarias do Ministério da Fazenda, o novo governo pretende
aproveitar vários dos nomes. Mansueto Almeida, secretário do Tesouro Nacional,
provavelmente continuará no cargo. A ideia era manter também a secretária
executiva, Ana Paula Vescovi, segunda na hierarquia da pasta. Ela tem afirmado,
porém, que está cansada de viajar entre Brasília e Vitória, onde vive a
família.
Bancos
Para o Banco Central (BC), poderá ser mantido o atual presidente, Ilan
Goldfajn. Ele tem emitido sinais, porém, de que pretende voltar a morar em São
Paulo depois de dois anos no comando da instituição. Caso não permaneça, um
nome com grandes chances de emplacar no cargo é o do economista Luiz Fernando
Figueiredo, que foi diretor da Autoridade Monetária no governo de Fernando
Henrique Cardoso.
Figueiredo poderá também ser presidente do Banco do Brasil ou da Caixa
Econômica Federal. Na semana passada, foi anunciada a saída do BB de Paulo
Rogério Caffarelli, que ocupava o cargo desde o início do governo de Michel
Temer. Foi escolhido para o cargo Marcelo Labuto, funcionário de carreira da
instituição financeira. Mas não lhe foi dada qualquer garantia de que
permanecerá no cargo com o novo governo. No Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), um provável futuro comandante é Carlos da Costa.
Ele foi diretor da casa com Paulo Rabelo de Castro, já no governo Temer.