Ônyx
Lorenzoni foi anunciado pelo candidato do PSL como seu ministro-chefe da Casa
Civil, caso vença eleição
BRASÍLIA
Rubens Valente Anunciado pelo candidato Jair Bolsonaro (PSL-RJ) como o seu ministro-chefe
da Casa Civil cotado-para-casa-civil-debolsonaro-questiona-deficit-da-previdencia.shtml)
caso vença as eleições presidenciais no dia 28, o deputado federal Ônyx
Lorenzoni (DEM-RS) admitiu no ano passado ter recebido R$ 100 mil em caixa dois
da empresa de carnes JBS. Em entrevistas à imprensa em maio de 2017, Lorenzoni
argumentou que o dinheiro foi usado para quitar gastos de campanha de 2014, mas
concordou que deveria "pagar pelo erro". O ministro da Casa Civil é
responsável pelas articulações entre Palácio do Planalto e Congresso Nacional.
O pagamento
para Lorenzoni consta de um procedimento amplo, que envolve vários políticos,
classificado como "petição" aberta no STF (Supremo Tribunal Federal)
a pedido a PGR (Procuradoria Geral da República) em maio do ano passado a partir do acordo de
delação premiada fechado com donos e executivos da JBS. A Folha apurou que,
passados 15 meses da admissão de culpa do parlamentar, nenhum inquérito foi
aberto e ele não foi responsabilizado de nenhuma maneira. Em maio deste ano, a
procuradora-geral da República, Raquel Dodge pediu ao STF que desmembrasse a
parte da delação que trata de pagamentos "via caixa dois, por meio de
entrega direta de dinheiro ou mediante notas fiscais 'frias' a diversos
políticos nos anos de 2006 a 2014", entre os quais se encontra o caso de
Lorenzoni. Mas não se sabe o rumo que a investigação tomará ou mesmo se o
deputado de fato será investigado. O deputado federal e relator Onyx Lorenzoni
durante sessão após definição de nova votação da lei das 10 medidas contra a
corrupção no plenário da Câmara - Pedro Ladeira/Folhapress COMPARTILHE
21/10/2018 Braço direito de Bolsonaro admitiu ter recebido caixa 2 da JBS -
15/10/2018 - Poder - Folha
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/braco-direito-de-bolsonaro-admitiu-ter-recebido-em-caixa-2-da-jbs.shtml
3/4 O parlamentar foi citado na delação fechada pelos executivos da JBS com a
PGR e homologada pelo STF em maio de 2017. O colaborador Ricardo Saud ex-diretor de relações institucionais da JBS, apresentou à PGR uma longa lista
de parlamentares que, segundo ele, receberam recursos via caixa dois eleitoral.
Saud disse que Lorenzoni e outros dois deputados do Rio Grande do Sul receberam
o dinheiro por meio de um empresário do mesmo ramo de atividades da JBS,
Antonio Jorge Camardelli, que é presidente da Abiec (Associação Brasileira das
Indústrias Exportadoras de Carne). "Deputado federal Onyx Lorenzoni —
todos candidatos à reeleição— do DEM do Rio Grande do Sul, [R$] 200 mil em
espécie no dia 12 de setembro de 2014, entregue no Rio Grande do Sul pelo
Camardelli também", disse Saud no depoimento gravado em vídeo pela PGR.
Quando a delação de Saud veio a público, Lorenzoni concedeu diversas
entrevistas em Porto Alegre (RS) nas quais admitiu ter recebido o caixa dois, embora
em valor inferior ao delatado. “Eu vou para a frente do Ministério Público
[dizer], ‘sim, recebi os valores’. Na minha contabilidade o valor é menor, não
são os 200 mil. Eu tenho para mim que foram cem mil reais.
De qualquer maneira
isso é irrelevante. O que é importante é dizer aos gaúchos é que um, vamos
assumir essa responsabilidade. E dois, eu vou poder continuar dizendo para os
meus eleitores, ‘eu não minto’”, disse Ônyx em entrevista coletiva à imprensa
do Rio Grande no Sul em maio de 2017. Na prestação de contas entregue por
Lorenzoni à Justiça Eleitoral naquela campanha, não há nenhum recurso declarado
da JBS ou de Camardelli. Na campanha toda, segundo o deputado, ele arrecadou R$
2 milhões. Nas entrevistas, Lorenzoni disse que Camardelli foi apenas um
intermediário, “apenas me prestou um auxílio, no sentido de me alcançar [R$]
100 mil, foi o recurso que recebi”. OUTRO LADO 21/10/2018 Braço direito de
Bolsonaro admitiu ter recebido caixa 2 da JBS - 15/10/2018 - 4 Procurado nesta
segunda-feira (15) pela Folha para falar sobre o assunto, Lorenzoni não foi
localizado. Camardelli, procurado por meio da assessoria da Abeic, não havia se
manifestado até o fechamento deste texto. No ano passado, Lorenzoni disse em
entrevista à Rádio Bandeirantes de Porto Alegre que teve o “cuidado de
perguntar a ele [Camardelli] se esses recursos eram de origem ilícita. Ele
disse que era de uma associada nossa, não há nenhuma dúvida de que esse
dinheiro tenha origem limpa. E, bom, final de campanha, reta final, a gente
cheio de compromissos de fornecedores, pessoas. Eu usei o dinheiro. E a
legislação brasileira não te permite fazer a internalização desse recurso”. O
deputado disse ainda que pedia “desculpas aos eleitores do Rio Grande do Sul
que confiam em mim pelo erro que eu cometi”. Antes do caso da JBS, Lorenzoni já
havia sido citado no acordo da empreiteira Odebrecht como tendo recebido R$ 175
mil de caixa dois, segundo depoimento do delator Alexandrino Ramos de Alencar.
Nesse caso, contudo, Lorenzoni nega o recebimento. Em junho passado, o STF
arquivou o inquérito a pedido da PGR por falta de provas. “No meu caso, quero
reafirmar, nem a quadrilha do Lula, nem a quadrilha da Odebrecht nem a JBS
fizeram qualquer correlação com corrupção. Inclusive o próprio delator diz,
perguntado pelo investigador, ouvi agora à tarde, ‘teve alguma contrapartida?
Não, a contrapartida alguma, foi apenas para a eleição’. É um erro? É um erro,
e eu tenho que pagar pelo erro”, disse o parlamentar na entrevista .
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