Nesta quinta-feira, o petista participou de ato na Praça do Carmo, no
Recife
Publicado em: 25/10/2018
Nesta quinta-feira (25), em coletiva de imprensa, o candidato à presidência Fernando Haddad (PT) ressaltou que quem se faz de coitado é Jair Bolsonaro (PSL). O petista, que participou de ato no Recife, relembrou a frase em que o capitão reformado do Exército disse durante entrevista sobre acabar com a política do "coitadismo", que segundo Bolsonaro, engloba negros, gays, nordestinos e as mulheres.
"No último discurso, ele disse que nordestino tem que parar de se fazer de coitado. Quem se faz de coitado é ele. Quem aqui, que conhece o nordeste e pode aceitar uma afronta dessas, sinceramente", indagou o candidato petista.
Haddad reforçou ainda que o apoio que vem ganhando é justamente porque quem conhece a trajetória de Bolsonaro tem medo sobre o futuro democrático do país. "Ele saiu dos porões da ditadura. Não me venham falar de regime militar. Ele saiu do porão do regime militar. Isso é outra coisa. Ele é uma pessoa que enaltece tortura e violência em discursos", ressaltou Haddad.
Apoios
Ainda no começo da entrevista, Haddad (PT) afirmou que os apoios que vem recebendo da oposição é devido ao risco democrático que representa Jair Bolsonaro (PSL). "Se não fosse esse meu adversário (Bolsonaro) nós estaríamos em um outro contexto. Mas o risco é tamanho, que essas pessoas se veem obrigadas, como patriotas que são, a demonstrar por gestos esse risco que estamos correndo, porque eles conhecem a história. Sabem o que ele representa ", disse Haddad.
Ciro Gomes foi o primeiro a se posicionar a favor de Fernando Haddad. Seguindo a mesma linha de "voto crítico", Marina Silva (Rede), que também concorreu a presidência, neste ano, declarou apoio ao petista. A mais recente surpresa, teria sido o ex-presidente do PSDB, Alberto Goldman, que na última quarta-feira (24) afirmou no Facebook que "não quero pagar para ver. Votarei em Fernando Haddad", um dos maiores críticos aos governos petistas Jarbas Vasconcelos também declarou voto ao ex-prefeito de São Paulo.
O petista ainda comentou que "até o sábado, 0h, vou estar na rua fazendo isso, alertando sobre quem é esse senhor (Bolsonaro)".
Ato
Desde às 16h da tarde, eleitores do presidenciável Fernando Haddad (PT) se concentraram na Praça do Carmo, na Dantas Barreto, bairro de Santo Antônio. Eles aguardaram a chegada do petista para o último ato da campanha das eleições deste ano na capital pernambucana.
No palanque, junto a Haddad, adversários políticos da campanha estadual estiveram reunidos, como, por exemplo, o governador Paulo Câmara (PSB) e a deputada federal eleita Marília Arraes (PT).
O presidenciável Fernando Haddad (PT) escolheu o Nordeste, onde a popularidade do ex-presidente Lula permanece em alta, para encerrar os eventos de campanha de rua e, desta vez, "virar o voto" do Recife, onde seu adversário Jair Bolsonaro (PSL) conquistou a preferência das urnas no primeiro turno. A partir das 16h, ele participa de um comício na Praça do Carmo, na Dantas Barreto, um dos principais palcos simbólicos da legenda petista em Pernambuco. Denominado de "Ato pela Democracia e pelo Direito", Haddad juntará, no mesmo palanque, adversários políticos dessa campanha estadual, como o governador Paulo Câmara (PSB) e a deputada federal eleita Marília Arraes (PT), preterida na disputa ao governo para que o PSB nacional ficasse "neutro" e evitasse um alinhamento dos socialistas com Ciro Gomes (PDT).
O petista chega à capital em ambiente político favorável, um dia depois de o senador eleito Jarbas Vasconcelos (MDB), que apoiou Geraldo Alckmin (PSDB) e foi uma das referências na luta contra a ditadura, hipotecar-lhe apoio.
Jarbas, contudo, não participará desse evento. Segundo o governador Paulo Câmara, "com a presença de Haddad e Manuela (candidata a vice na chapa), Pernambuco será, mais uma vez, exemplo da resistência democrática, das causas progressistas e populares, como foi com Arraes e Eduardo. Vamos todos trabalhar nesses dias que faltam para colocar um professor na Presidência da República”, disse o governador.
Na contabilização geral, Haddad venceu Bolsonaro em 175 dos 184 municípios de Pernambuco, com 48,87% dos votos válidos contra 30,57% do oponente. E ele espera ampliar a vantagem e repetir a façanha de Dilma Rousseff em 2014. Naquele ano, Dilma perdeu no estado no primeiro turno para Marina Silva (então PSB), mas, no segundo, venceu Aécio Neves (PSDB) com pouco mais de 70% da preferência do eleitor pernambucano.
Essa é a terceira vez que Haddad vem ao estado durante o período eleitoral. Ele esteve nos municípios de Petrolina, Caetés e Garanhuns, terra natal de Lula, e participou de uma caminhada pelo centro da capital. A proposta petista nessa reta final é de “virar o voto” de antigos oponentes, convencer os indecisos e prestigiar o eleitorado da região. O Nordeste blindou o candidato no primeiro turno e o levou à segunda etapa.
Outras visitas
A secretária estadual de comunicação da legenda, Sheila Oliveira, afirmou que Haddad chega ao aeroporto do Recife e segue direito para a Praça do Carmo. De acordo com ela, o presidenciável também passará pela Paraíba e pela Bahia, estados onde os candidatos apoiados pelo PT no primeiro turno, respectivamente João Azevedo (PSB) e Rui Costa (PT), venceram a disputa para o governo do estado.
Para o presidente estadual da sigla, Bruno Ribeiro, a militância está confiante na vitória, mesmo com a desvantagem eleitoral do petista nas pesquisas de opinião. Ele lembrou que, em 2014, o então presidenciável Aécio Neves (PSDB) liderava os números dos institutos de pesquisa e foi vencido. “Naquela época, mesmo diante do risco de um governo neoliberal, de outra pauta, como era a de Aécio, a sociedade se mobilizou e virou o jogo. Agora, as ameaças são mais profundas, o que nos faz acreditar que a mobilização será maior”.
Bruno Ribeiro disse os eleitores começaram a perceber o diferencial de Haddad, que, para ele, enfrenta um opositor que empodera discursos de violência. “A gente tem o melhor candidato, professor, democrata, militante desde juventude em defesa de direitos e da democracia. Ele é infinitamente superior ao perfil do Bolsonaro, com seu linguajar violento, com a sua aversão às diferenças e aos direitos dos trabalhadores”.
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