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quarta-feira, 23 de maio de 2018

TORRES NOTICIAS Padrasto de Maria Alice Seabra é condenado a 35 anos em regime fechado

Mestre de obras foi julgado nesta terça-feira 
por estuprar a assassinar a enteada em 2015
Publicado em: 22/05/2018 18:59 Atualizado
Gildo da Silva Xavier é acusado de estuprar, matar e ocultar o corpo de Maria Alice Seabra num matagal de Itapissuma, em 2015


O mestre de obras Gildo da Silva Xavier, 35, foi condenado a 35 anos de prisão em regime fechado por estuprar e assassinar sua enteada, a estudante Maria Alice de Arruda Seabra Amorim, 19 anos, em junho de 2015. A pena será cumprida no Presídio de Igarassu. O júri popular foi realizado nesta terça-feira, na Câmara de Vereadores de Itapissuma. Durante o julgamento foram ouvidas três testemunhas de acusação. A mãe de Alice, Maria José de Arruda, a irmã, Maria Angélica de Amorim e a delegada Gleide Ângelo, que investigou o caso na época. O corpo de julgados foi formado por sete mulheres. O acusado chorou durante o depoimento e negou que tenha estuprado e amputado parte do braço de Alice.

O advogado que estava acompanhando o acusado na época não convocou testemunhas de defesa e o defensor público Jânio Piancó assumiu o caso. Segundo ele, a defesa vai tentar diminuir as penas. "Ele foi ouvido três vezes na delegacia e todas elas desacompanhado de advogado. Vamos tentar redução das penas já que o estupro não foi comprovado pela perícia. A ocultação de cadáver também não está caracterizada porque não houve subtração do corpo", argumentou, durante a sessão da manhã.


Segundo o réu, houve uma discussão enquanto ele a levava para uma entrevista de emprego na empresa em que trabalhava. “Ela saiu de casa e eu toquei no assunto porque queria que ela voltasse a morar com a gente. Mas ela começou a brigar comigo e eu perdi a cabeça e dei três murros nela. Foi só isso”, afirmou o réu. Ele confirma que alugou um carro por R$ 300 no município de Goiana na sexta-feira, dia da morte de Alice, colocou uma película escura nos vidros e deixou o corpo da jovem no canavial. “Quando eu vi que ela ficou desacordada eu me desesperei, mas ela já estava sem respirar”, disse.

O promotor Alexandre Saraiva defendeu pena de 48 anos. Segundo revelou em depoimento, a delegada Gleide Ângelo encontrou o corpo de Alice com a calcinha e uma calça amarela que o padrasto estava usando, na altura do joelho, e a blusa levantada, deixando os seios à mostra. Apesar da cena, Gildo nega o estupro e diz que um animal deve ter arrancado parte do braço da vítima. 


"O laudo traumatotrópico do IML mostra que o braço foi cortado com um instrumento. Tudo começou com uma tatuagem que ela tinha no braço esquerdo com o nome do pai e ele achava que era de um namorado. E o estupro não é considerado apenas quando há conjunção carnal. No canavial tinha sutiã rasgado, a calça que ele vestia e uma cueca dele", diz Gleide.

A delegada defendeu que o crime havia sido premeditado, já que o acusado chegou a pedir dispensa do emprego no dia da morte da jovem. A mãe da vítima confirmou a versão durante o interrogatório. “Há dois meses que ele vinha prometendo um emprego como recepcionista na Ilha do Leite, onde a empresa iria abrir uma sede. Como ela estava procurando uma vaga, fiquei tranquila confiando nele”, diz. Para ter notícias da filha, Maria José ligou para o ex-marido usando o celular da sogra no fim da tarde da sexta-feira, dia do crime.
Quando ele atendeu, ela ouviu gritos de socorro da filha. “Ela disse ‘socorro, mamãe’. Logo depois ele mandou que ela calasse a boca e desligou. Sabia que a minha filha estava em perigo, mas não imaginei que o monstro fosse ele”, contou chorando e bastante abalada durante seu depoimento.


"O que me impressionou foi a frieza, a forma com que ele justificou toda essa barbárie. Esse foi o primeiro feminicídio que eu fiz e não tinha a consciência que tenho hoje sobre o machista, agressor e homem que mata a mulher. Eu agora consigo ver a forma simplista de que ele tinha um desejo sexual e para satisfazer foi capaz de tudo, inclusive de matar colocando o desejo a cima de tudo", comentou a delegada, classificando o crime como absurdo, cruel e covarde. "Quem cria com quatro anos já é pai e ele tinha o dever de cuidar. Com desculpa de arrumar um emprego, que era o sonho da jovem, ele a levou para a morte".

A irmã de Alice, Maria Angélica de Amorim, 27, disse que o comportamento controlador que padrasto demonstrava com a vítima também se repetiam com ela e a filha biológica dele. “Em casa tudo tinha que ser do jeito dele. Ele brigava muito com a minha mãe. Tinha muito ciúme de mim, das minhas irmãs e até da mãe”, contou Angélica que preferiu falar sem a presença do réu.

Para a família, resta a dor e a esperança que a pena seja cumprida a partir de agora. “Nunca desconfiei da maldição que ele trazia por dentro. Perder uma filha já é difícil, e nessas condições a gente se desespera. O que eu espero é que ele pague por tudo em regime fechado”, declarou Maria José. 





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