14/08/2018 06h30 Atualizado
Nos primeiros sete meses deste ano, o Ligue 180 - Central de
Atendimento à Mulher, registrou mais de 740 ocorrências relacionadas a
feminicídios e tentativas de homicídio contra mulheres. Segundo balanço
divulgado nesta segunda-feira (13) pelo Ministério dos Direitos Humanos (MDH),
de janeiro a julho de 2018, foram registrados 78 casos de feminicídios e 665
tentativas de assassinatos de mulheres. No período, a Central recebeu quase 80
mil relatos de violência de gênero, sendo que cerca de 80% das denúncias foram
classificadas como violência doméstica. Agressões físicas representam quase
metade (46,94%) dos relatos. E três em cada dez denúncias se referem a
violência psicológica. Além das violências doméstica, física e psicológica, o
Ligue 180 registra ainda casos de violência sexual, moral, patrimonial,
obstétrica, no esporte, cárcere privado, crimes cibernéticos e agressões contra
mulheres migrantes e refugiadas.
As denúncias são encaminhadas para a
Defensoria Pública e Ministério Público e outras instituições da rede de
proteção das mulheres. A Central também orienta sobre a Lei Maria da Penha e
outros dispositivos legais de defesa dos direitos das mulheres. O canal de
denúncias pode ser acessado no Brasil e em mais 16 países: Argentina, Bélgica,
Espanha, Estados Unidos, França, Guiana Francesa e Inglesa, Holanda,
Inglaterra, Itália, Luxemburgo, Noruega, Paraguai, Portugal, Suíça, Uruguai e
Venezuela. A ligação para o 180 é gratuita e pode ser feita inclusive nos
feriados e fins de semana. Os casos de violência também podem ser registrados
pelo e-mail ligue180@spm.gov.br . Feminicídio Fruto da Lei Maria da Penha,
o
crime do feminicídio foi definido legalmente em 2015 como assassinato de
mulheres por motivos de desigualdade de gênero e tipificado como crime
hediondo. Segundo o Mapa da Violência, quase 5 mil mulheres foram assassinadas
no país, em 2016. O resultado representa uma taxa de 4,5 homicídios para cada
100 mil brasileiras. Em dez anos, houve um aumento de 6,4% nos casos de
assassinatos de mulheres. Nos últimos dias, vários casos de agressão contra
mulheres até a morte repercutiram em todo o país e reacendeu o debate em torno
da violência de gênero. Um dos casos mais emblemáticos ocorreu no interior do
Paraná, onde o biólogo Luís Felipe Manvailer foi denunciado pelo assassinato de
sua esposa, a advogada Tatiane Spitzner. Ela foi encontrada morta no dia 22 de
julho depois de cair do 4º andar do prédio onde o casal morava, em Guarapuava
(PR).
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