Paciente, de 34 anos, passou por cerca de
quatro horas de cirurgia e teve ainda o braço
revascularizado. O estado é gravíssimo.
banhista atacado por um tubarão neste domingo (15), na Praia de Piedade,
em Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife, teve a perna direita
amputada, devido ao grau dos ferimentos.
Pablo Diego Inácio de Melo, 34 anos, passou por cerca
de quatro horas de cirurgia.
O paciente teve ainda o braço direito revascularizado,
por causa da extensão da lesão. A revascularização
é feita quando as veias e artérias são unidas para restabelecer
a circulação sanguínea. O paciente está internado na UTI,
respirando com ajuda de aparelhos e usando drogas
vasoativas para manter a pressão arterial. O estado
dele é considerado gravíssimo.
As informações foram repassadas pela Secretaria de Saúde
do Estado (SES) e os procedimentos foram realizados
no Hospital da Restauração, no bairro do Derby, área central
do Recife, por uma equipe formada por médicos traumatologistas,
cirurgiões vasculares e anestesistas. Os cirurgiões ainda trataram
de diversos ferimentos nos dois braços.
O ataque
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o chamado para socorrer
Pablo Diego foi feito às 14h38. O incidente aconteceu na altura
da Igrejinha de Piedade. Depois dos primeiros socorros feitos
por duas equipes de bombeiros, a vítima foi levada de helicóptero
ao Hospital da Restauração.
De acordo com o oficial de operações do Grupamento Marítimo
(GBmar) que participou do atendimento, capitão Arthur Leone,
o homem estava numa área sinalizada por placas. "Ele estava
com água na altura da cintura e provavelmente foi mordido
primeiro na perna, tentou se defender e em seguida foi
mordido nos braços", conta.
Dois outros homens que estavam na água junto com Pablo
ajudaram a retirá-lo do mar. "Ele foi resgatado consciente",
informou o bombeiro Wellington Miranda.
O Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com
Tubarões (Cemit) vai realizar uma análise do caso.
“Esse incidente na Praia de Piedade ainda vai passar por
um processo de análise para verificarmos as circunstâncias.
Nossa missão inicial é coletar o máximo de informações para
entender o que houve”, explicou o presidente do órgão,
coronel Leodilson Bastos.
No dia 7 de abril de 2018, o Cemit havia atingido a marca
de três anos sem incidentes registrados no continente.
Os três últimos casos haviam sido registrados em
Fernando de Noronha.
"Esse havia sido o resultado de um trabalho de intensificação
dos avisos das áreas impróprias. Por isso precisamos
investigar as circunstâncias desse incidente em Piedade
para sabermos o que pode ter motivado", comenta o
presidente do órgão.
Reforço nos avisos de área perigosa
Em 2016, o Cemit iniciou a instalação de
110 novas placas de alerta aos ataques de tubarão
na orla da Região Metropolitana do Recife (RMR).
Os equipamentos foram instalados no trecho de
Olinda até a Praia de Itapuama, no Cabo de Santo
Agostinho, também no Grande Recife, para substituir
placas deterioradas ou extraviadas Casos recentes
por um tubarãono arquipélago de Fernando de Noronha,
em Pernambuco. O jovem, natural da Bahia, surfava na
Praia da Conceição no final da tarde de 12 de janeiro
quando caiu da prancha e foi mordido. Encaminhado a
uma unidade de saúde, o jovem teve alta no mesmo dia
por se tratar de um ferimento leve.
Em dezembro de 2015, um turista do Paraná foi atacado
por um tubarão na Praia do Sueste, também em Fernando
de Noronha. O homem estava mergulhando no momento
do ataque e teve a mão e parte do braço amputados.
Segundo o International Shark Attack File (Arquivo
Internacional de Ataques de Tubarão, em inglês) da
Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, esse foi
Em 2013, uma jovem de 18 anos, de São Paulo,
na Zona Sul do Recife. Atacada em 22 de julho,
ela faleceu no dia seguinte, após ter sido internada
no Hospital da Restauração.
Contagem oficial de casos
Em Pernambuco, a contagem começou a ser feita pelo
Cemit há 26 anos, quando os casos passaram a ser mais
recorrentes no estado. Desde 1992, 24 pessoas morreram
vítimas de tubarões no litoral pernambucano. No mesmo
período, o órgão registrou 62 incidentes, termo utilizado
para enquadrar ocorrências envolvendo seres
humanos e tubarões.
Segundo o Cemit, a ocorrência registrada neste
domingo (15) ainda não faz parte da contagem pois
precisa ser estudada, como é de praxe. "Precisamos
saber se podemos considerar realmente um incidente
com tubarão antes de inseri-lo nas nossas estatísticas",
explica o presidente do órgão.
Dicas de prevenção
De acordo com o presidente do Cemit, os banhistas
precisam estar atentos a placas e condições naturais
antes de entrar no mar. "Os conteúdos das placas não
devem ser ignorados. Eles são fruto de uma pesquisa
prévia ou até mesmo de incidentes registrados nos locais
em que há o alerta", esclarece coronel Leodilson Bastos.
"Seja turista ou nativo, é preciso pedir informações aos
guarda-vidas sobre a segurança na área. Também é
importante ficar de olho em condições climáticas, pois
em dias de chuva, por exemplo, a água fica turva e o
banho de mar não é recomendado", finaliza.
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