Usado pela primeira vez na
Guerra do Golfo, míssil
guiado é opção preferencial
do país para ataques a longa distância e com alto grau
de precisão.
s Estados Unidos lideraram no fim de semana um
O objetivo, segundo o presidente americano, Donald Trump,
foi atingir armazéns de produção e armazenamento de armas químicas.
Três alvos foram atingidos. A operação foi em resposta ao suposto
uso de armas químicas contra a população na cidade síria de Douma,
na semana retrasada. Os EUA, a França e o Reino Unido acusam o
presidente Assad pelo ataque químico. O governo sírio nega ter usado
armas químicas e diz que as alegações foram fabricadas.
Para a retaliação, os EUA optaram novamente pelos mísseis Tomahawk –
que Washington vem usando há mais de 20 anos quando precisa realizar
um ataque à distância com um bom grau de precisão.
Mas como funcionam e porque são o armamento de escolha do Pentágono
para ataques desse tipo?
Alta precisão e longo alcance
Washington usa os Tomahawks quando precisa fazer ataques de uma
distância segura.
Os mísseis podem alcançar alvos a até 1,6 mil quilômetros de distância.
Desenhados para voar a baixas altitudes, chegam à velocidade de 885 km/h
– ou seja, conseguem atingir a distância máxima em até 2 horas.
Cada míssil mede mais de seis metros de comprimento e pesa cerca de uma
tonelada e meia. As ogivas (cargas explosivas) pesam até 454 kg.
Usando tecnologia GPS para se guiar pelo terreno, o equipamento tem alta
precisão. Embora possa falhar – com consequências trágicas – sua margem
de erro estimada é de 10 metros.
O míssil em geral é lançado do mar - de navios ou submarinos.
Chris Harmer, analista de defesa e ex-oficial da marinha americana, disse
ao jornal The Washington Post que a potência explosiva dos Tomahawks é
menor que a de outros artefatos explosivos lançadas de aviões tripulados,
mas que isso importa pouco se o objetivo da missão é destruir aviões em
terra ou deixá-los incapacitados.
O míssil é produzido pela Raytheon Company, um conglomerado norte-americano
de indústrias do setor de armamentos e equipamentos eletrônicos para uso militar.
É a maior produtora mundial de mísseis guiados, embora já tenha anunciado que
pretende diversificar os negócios. A empresa esteve envolvida em polêmicas sobre
espionagem industrial e roubo de dados.
Segundo a Raytheon, o Tomahawk é o "míssil guiado mais avançado do mundo"
e foi usado mais de 2 mil vezes em combate.
Desde a Guerra do Golfo
Os EUA começaram a usar os Tomahawks na Guerra do Golfo, nos anos 1990,
quando uma coalizão liderada pelo país invadiu o Iraque em uma operação militar
conhecida como "Tormenta do Deserto".
A arma também teve papel central na Líbia em 2011, durante operações da Otan
(Organização do Tratado Atlântico Norte) contra o governo de Muammar Khadafi.
Em 2014, os EUA usaram os mísseis na Síria pela primeira vez, em uma operação
contra o grupo extremista autodenominado Estado Islâmico (EI).
Na época, o Pentágono lançou 47 Tomahawks de dois navios que estavam
no Golfo Pérsico e no Mar Vermelho.
Um outro ataque a partir do Mar Vermelho foi feito em outubro de 2016, quando
o Pentágono mandou bombardear três instalações de radar no Iêmen.
Em 2017, 59 mísseis Tomahawk foram lançados de dois navios dos EUA
no Mediterrâneo contra uma base aérea síria. Fora numa ação militar
semelhante à do fim de semana: uma resposta ao uso de armas químicas
pelo governo de Assad na cidade de Khan Shaykhun.
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